Aonde você vai, menina?

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Adolescentes de Bebedouro também dão seus “rolezinhos”, silenciosos, mas prejudiciais a si mesmos.

Final de tarde de domingo, por volta das 18h, subíamos, eu e meu filho, a pé, a avenida Donina Valadão Furquim, quando passou por nós, uma menina, pouco mais de 12 anos, de microssaia e blusa que evidenciava seu busto mesmo sem seios crescidos. Mas sua postura era de querer parecer ser uma mulher.
Há algumas semanas, na seção Gente, da Gazeta, a militante social, Lucimara Lopes, denunciou a situação das pré-adolescentes que vão à região do Lago Artificial e outros pontos da cidade para prostituir-se. Espero que aquela menina não tenha se dirigido para o Lago para isto. Pode ser puro preconceito meu, baseado em eu traje.
Porém, continuando minha caminhada com meu filho, comecei pensar: “que tipo de pais tem esta criança que a permite sair daquele jeito?”. Adolescentes têm o direito ao seu rolezinho de final de semana, mas precisa sensualizar na roupa?
Sei que a cada linha desse texto, pareço mais conservador, mas como não achar que o tal funk, com suas letras picantes, ouvidos até por crianças, não podem estar ditando o modo de agir e de se vestir da criança?
Sei que as letras de Elvis e dos Rolling Stones eram também insinuantes. E para os anos 50 e 60, tudo parecia depravado, o que agora é permitido. Mas naquela época não eram as crianças que se vestiam assim, e sim moças.
Enfim, não dá para botar a culpa na Xuxa e suas paquitas, nem nos funkeiros, nem no pagode, nem nos meios de comunicação. Antes de tudo, cada uma das crianças tem, no mínimo, uma mãe. A pergunta correta é: Cadê a mãe desta menina? Talvez seja melhor perguntar pela avó: que deve estar fazendo a mesma reflexão que fiz.
Ninguém aqui quer pregar que as mulheres sejam cobertas por burkas, nem defender o sexo apenas para procriação, mas vou defender radicalmente o tempo correto de viver as coisas. Pela manutenção da infância até os 12 anos e que a pré-adolescência seja o tempo de transição, bem acompanhada pelos pais e responsáveis. Porque senão, teremos que nos acostumar com meninas de 11 anos, grávidas.
Publicado na edição nº 9645, dos dias 14 e 15 de janeiro de 2013.