
A ciência encontrou, no auge da pandemia do Corona Vírus em 2021, um belo lugar ao sol tornando-se um caminho viável e confiável para aplacar os impactos daquela que foi a doença mais temerosa do século XXI, dadas as condições em que se apresentou perante o mundo, colapsando muitos sistemas de saúde, gerando um enorme impacto econômico, social e psicológico e, principalmente, levando a óbito quase sete milhões de pessoas.
Mesmo os mais céticos deram o braço a torcer em favor da ciência, entendendo que sem ela poderíamos facilmente ter contabilizado números infinitamente superiores de perdas humanas durante os anos de 2020, 21 e 22.
O fato é que sem a ciência e suas aplicações provavelmente estaríamos combatendo as doenças infecciosas atuais como o fazíamos na Idade Média, utilizando sangrias, cataplasmas de ervas ou substâncias exóticas como urina e fezes, ou ainda autoflagelações em pedido de perdão pelos pecados cometidos.
Lembro o prezado leitor que a peste negra (ou bubônica) que afligiu a Europa, Ásia e África no século XIV matou entre 25 e 50 milhões de pessoas, perante uma população mundial que mal chegava a 500 milhões.
Portanto, ter a ciência jogando em favor da preservação da humanidade não se trata de um simples desejo, mas sim, de uma necessidade constante e premente, a despeito da resistência de alguns grupos desqualificados de negacionistas espalhados pelo mundo.
A reafirmação da importância da ciência em nossas vidas deve ser assertiva e perene, bem como o combate à desinformação que muitas vezes leva um público, cada vez mais adestrado pelas redes sociais, a um entendimento equivocado da realidade, gerando vales de desconfiança.
Esse tem sido o objetivo incansável dessa coluna há 23 anos e assim queremos continuar por muito mais tempo, sempre tendo você como companhia, nosso querido leitor.
Um mundo em franca evolução
Grandes nomes da história da ciência, como Charles Darwin, Jared Diamond, Stephen Hawking e David Christian, entre muitos outros, têm demonstrado de forma clara e incontestável como a evolução do universo e tudo o que ele engloba, incluindo a própria humanidade, tem se desenvolvido ao longo de sua existência.
Verdade seja dita, algumas das principais dúvidas que nos afligem ainda carecem de respostas. Por exemplo, não sabemos exatamente como a vida surgiu. Existem algumas hipóteses ou teorias, mas nenhuma certeza. Também não conseguimos responder categoricamente se existe vida fora da Terra. Pelo menos até o momento nada foi encontrado, mas quem sabe o que o futuro nos reserva.
E são essas e muitas outras dúvidas que movimentam ou estimulam a ciência e os cientistas a não pararem de buscar respostas racionais, livres do peso de ideologias políticas, religiosas ou filosóficas, em um mundo que nunca para de mudar. A ciência em sua simplicidade e beleza faz isso: coloca a história e seus mitos em dúvida para depois tentar trabalhar uma resposta que estimule ou culmine em uma labareda de evolução. E de labareda em labareda, crescemos culturalmente e intelectualmente como civilização.
Parece uma equação bem simples, mas sabemos que não é. A ciência não consegue resolver todos as mazelas da humanidade. As guerras, as mudanças climáticas, a desigualdade social, a fome e as doenças, para citar apenas algumas, são figuras do cotidiano cada vez mais frequentes em nosso meio. Dar conta de tudo isso é necessário mais do que cientistas bem-intencionados; é necessária uma ruptura no pensamento mundial no sentido de manter o mínimo de civilidade e ética que nos permita afirmar com tranquilidade que vivemos em um mundo democrático.
A jornada continua
Da mesma forma que o tempo e o movimento do Universo não param, nós aqui, continuamos focados em trazer periodicamente pautas que detém importância fundamental no complexo entendimento da jornada humana.
Às vezes inovadoras, outras vezes complexas, desafiadoras e até tediosas, as ideias apresentadas têm como objetivo principal promover e divulgar a ciência e a tecnologia em suas essências mais profundas. Busca-se, assim, oferecer ao leitor entendimento claro, acessível e genuíno, que sirva como suporte para o pleno exercício de sua cidadania.
Uma vez mais agradeço à Gazeta de Bebedouro pelo apoio há tanto exercido e, principalmente, ao querido leitor que nos acompanha fielmente ao longo dessa maravilhosa jornada. Continuemos juntos, fortes e esperançosos!
Publicado na edição 10.902, sábado a terça-feira, 8 a 11 de fevereiro de 2025 – Ano 100