Semana passada foi tumultuada por polêmica barata que desvia o foco da gestão do time.
O futebol é por essência um esporte polêmico. Desde jogadas inacreditáveis, craques fenomenais e a eterna briga pelo cargo de dirigente. Na Inter de Bebedouro não é diferente.
Semana passada, surgiu, vai se saber de onde, o boato que a Prefeitura iria despejar o clube do estádio municipal Sócrates Stamato.
Primeiro, nenhum político tem coragem de tirar o time do estádio que foi reformado para justamente atender as necessidades da Inter que ficou sem o estádio Arnoldo Bulle, por má gestão administrativa de muitos dirigentes.
Outras categorias esportivas reivindicam o uso do estádio, mas é bem fácil conciliar horários para que o espaço seja compartilhado por todos. É preciso também adequar legalmente o fornecimento de alimentos e transporte para o time.
Baixada a poeira desta polêmica barata, a verdade é que, apesar de nunca ter conquistado um título de expressão, a Inter é um time apaixonante, com torcedores fanáticos. E eu me assumo como um fã incondicional do Lobo Vermelho.
Mas neste fervor do futebol, palavras são ditas sem reflexão e sempre acontecem reações intempestivas. Nos jogos, 99% dos torcedores que xingam a mãe do árbitro nem sabem quem ela é. Assim é o futebol.
Recentemente, cansado de ser criticado pelas costas, o gestor do clube, Orlando da Hora, deixou o Lobo Vermelho e foi para outro time. E teve gente que vibrou com a saída dele.
A pergunta é obvia: quem torceu pela saída de Orlando trouxe novo gestor? Soltaram até o boato (outra vez a palavra) que o Grupo Cutrale iria patrocinar a Inter. O campeonato da 4º divisão começa em abril, mas nada disto foi ainda confirmado.
O resumo é o seguinte: a Inter nunca correu o risco de ser despejada, mas também nunca esteve na mira de grandes investidores. Adoraria ser desmentido, mas com documentos. Não há papel que comprove ordem de despejo e nem carta de intenções, sequer email de novo parceiro da Inter.
Tudo isto é pano de fundo de nova disputa pela diretoria do clube. É legitima a competição, mas não dá para repetir no futebol, a baixaria que tivemos nas eleições onde reinou a boataria e a mentira. E muita gente que abriu a boca na semana passada merece no mínimo cartão amarelo. Faltaram com a verdade.
(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).
Publicado na edição n° 9495, dos dias 8 e 9 de janeiro de 2013.