A Copa do Mundo está a pleno vapor nas terras canárias. Grandes jogos, estádios lotados e muitas bolas na rede. A grande surpresa até agora foi a maiúscula vitória, de virada, da Costa Rica sobre o Uruguai, por 3×1, com grande atuação do time da América Central. A partida foi muito interessante, com o time costa-riquenho procurando o jogo em todo momento, ao contrário do acuado Uruguai que se limitou a defender-se após abrir o placar com um pênalti muito bem batido por Cavani.
Particularmente estou torcendo contra o Uruguai. Não quero, nem em sonhos, que a trágica final de 1950 volte a assombrar a seleção brasileira. Sendo assim, é melhor que os vizinhos uruguaios já nem passem de fase, e as chances disso acontecer são muito grandes, considerando que terão pela frente dois adversários de muita tradição – Itália e Inglaterra.
Aliás, o jogo entre os italianos e ingleses talvez tenha sido o melhor até agora, na minha opinião. O placar de 3×1 para a Azzura não mostrou, de forma honesta, os perigos levados pelo English Team ao gol de Salvatore Sirigu, bom goleiro italiano que está substituindo o lesionado Buffon. No amistoso que a Itália realizou com o Fluminense antes da Copa, Sirigu tinha cometido falha feia, o que deixou muita gente desconfiada com o goleiro campeão francês com o Paris Saint-Germain. Mas no jogo com a Inglaterra, o arqueiro foi de suma importância para o bom resultado conquistado pelos italianos.
Acompanhando as partidas, podemos notar claramente que não existem mais zebras no futebol mundial, não existem mais times bobos que participam como meros figurantes no torneio. E isso se confirmou após o jogo da Argentina contra a Bósnia, vencido pelos hermanos por 2×1, graças a um gol contra da Bósnia logo no comecinho da partida. Não fosse o tento contra, a Argentina talvez ficasse no empate, ressaltando que essa é a primeira aparição da Bósnia em Copas do Mundo.
Mas a maior surpresa até agora talvez tenha sido a vitória da Holanda sobre a Espanha. E a surpresa não decorreu da vitória em si, plenamente possível considerando que esses dois times foram os finalistas da última Copa do Mundo em 2010. A surpresa originou-se, na verdade, pela facilidade e pelo número de gols marcados pela Holanda, que sem tomar conhecimento da atual campeã mundial atropelou a Espanha com um sonoro 5×1, o maior placar da competição até agora.
Hoje tem jogo do Brasil, contra o México, para em caso de vitória confirmar a classificação para a segunda fase, considerando os já conquistados 3 pontos na nervosa vitória por 3×1 sobre os croatas na estréia da Copa. Os mexicanos são adversários indigestos para os brasileiros, lembrando que foi para eles que a seleção perdeu a final das Olimpíadas de Londres em 2012.
É… não existem mais zebras no futebol mundial.
Publicado na edição nº 9707, do dia 17 e 18 junho de 2014.