Nos bastidores ‘Movimento Acorda Bebedouro’ sofre ameaça, mas quem a faria?
Câmara Municipal lotada em duas ocasiões, por manifestação popular com cartazes e até com manifestantes de costas para o plenário. Fato inédito na história de Bebedouro que fatalmente pediria troco. Parece que houve.
O professor de História José Luiz da Silva Júnior afirma que, na semana passada, recebeu um aviso: caso houvesse outro protesto contra os vereadores, ele e outro líder do movimento, Erik Martins, sofreriam consequências. Pelo sim, pelo não, os dois não arriscaram e não houve nada na Câmara.
O pior desta história é que a suposta ameaça não tem rosto. Zé Luiz diz que não revelaram de quem partia a ordem para atingi-lo, Mais estranho porque o presidente, Ângelo Daólio, soube ter jogo de cintura para lidar com o calor das manifestações, cedendo até o microfone para que fossem ouvidos. Eu prefiro acreditar que seja tudo um mal entendido ou brincadeira de mau gosto.
Por estratégia, o ‘Movimento Acorda Bebedouro’ preferiu pedir ajuda ao Ministério Público para solicitar o cancelamento das contratações de assessores parlamentares. Sem a comoção popular, pode ser que o juiz não dê nem liminar, em respeito à separação constitucional dos poderes.
Uma coisa pode-se afirmar: pouco mudou o trabalho dos vereadores que já contrataram assessores. Basta olhar para a pauta da Câmara, com matérias parecidas às que existiam antes das contratações: nomes de ruas, distribuição de títulos, infinidade de requerimentos e indicações.
Uma coisa mudou: os assessores representam seus chefes em solenidades. Em respeito a todos os contratados, alguns até com diploma universitário, espero que não se tornem pajens legislativos.
Diante de tudo que aconteceu, mantenho minha posição contrária às contratações. Por enquanto, nada justifica o gasto, nem o desgaste político e tão pouco o mal estar criado com os funcionários da Câmara que sofreram cortes de salários para bancar tais contratações.
Publicado na edição nº 9583, dos dias 13 e 14 de agosto de 2013.
