Um festival de promessas vazias

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Candidatos a vereadores falam que vão fazer coisas além da capacidade do cargo.

Qual foi a lei que os vereadores de Bebedouro fizeram nestes últimos quatro anos que melhorou a cidade? É lógico que se deixar eles vão apresentar uma lista de projetos de lei, moções, títulos de congratulações e relatório de viagens em busca de verbas para o município.
Pela Constituição Federal de 1988 a função de vereador é apenas de criação de leis, zelar por aquelas já existentes e principalmente fiscalizar o prefeito e seus assessores.
No quesito fiscalização do prefeito dá para destacar o trabalho apenas dos vereadores, Chanel (PDT), Tota (PV), Sebastiana Camargo (DEM), Sensei (DEM) e Nelson Sanches (DEM). Somente eles foram a favor de abrir a possibilidade de investigar a participação do prefeito Italiano (PTB) no suposto esquema de direcionamento de licitações públicas – batizado de Operação Cartas Marcadas.
Mesmo a mobilização de cinco promotores de Justiça, policiais civis e um farto relatório foi capaz de convencer o restante dos vereadores.
Chanel era presidente da Câmara e sofreu ameaças de processos e todo tipo de pressão que só ele pode revelar. Há de se salientar a coragem do suplente de vereador João Vilella que votou a favor. Inexplicavelmente sua esposa foi transferida do cargo de chefe do PAT para o Departamento de Saúde.
Se havia de fato uma quadrilha especializada em fraudar concorrências públicas, a punição destas pessoas acontecerá apenas daqui uns cinco a sete anos, em um julgamento onde todos os envolvidos, inclusive o prefeito, serão obrigados a apresentar sólidos argumentos de defesa.
Para evitar que a cidade novamente se decepcione com a Câmara é preciso escolher pessoas sérias para a casa. E para saber quem não presta para o cargo, basta ouvir os discursos dos candidatos que prometem construir mais creches, postos de saúde, trazer mais emprego e coisa e tal. Isto não é função de vereador. Quem fala isto mente e lugar de mentiroso não é no Poder Legislativo.
(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).

 

Publicado na edição n° 9448, dos dias 11 e 12 de setembro de 2012.