
A nota negativa desta disputa política de 2012 é a queda do nível do debate que virou bate boca entre políticos.
Não tenho o dom de profetizar, mas qualquer pessoa percebe que as eleições de 2012 vão terminar em um clima pesadíssimo. A baixaria reina absoluta como estratégia de marketing politico.
A legislação eleitoral estabelece como propaganda política, panfletos, placas, faixas, santinhos, adesivos, programas eleitorais, bate-papo e os comícios. Todo material impresso deve ter a identificação da autoria, a quantidade, o valor gasto e o CNPJ da campanha. Muita gente já deve ter recebido em casa panfletos apócrifos que não têm a identificação de quem fez.
A estratégia já foi usada em muitas eleições em Bebedouro. Na eleição de 2004, um jornal apócrifo foi lançado pelas ruas de Bebedouro na madrugada do dia da votação, com insinuações contra um dos candidatos. Há suspeita de quem fez, mas nada ficou provado. É bem provável que isto vá acontecer na madrugada de 7 de outubro.
Existem também os vídeos distribuídos por redes sociais contra uma das candidaturas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Quem faz isto se aproveita de uma brecha na legislação eleitoral. Não há tempo de promotor e juiz eleitoral punirem o autor. Quando é o caso dele ser descoberto.
Fazendo um paralelo, o que acontece em Bebedouro é como se a torcida de um time que estivesse perdendo, começasse uma briga generalizada e destruísse parte do estádio de futebol e detonassem carros e até bares nos arredores.
O Ministério Público consegue proibir a entrada de torcida violenta nos estádios, mas pena que não há instrumentos jurídicos para impedir que os políticos que jogam sujo, sejam expulsos da disputa eleitoral.
(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).
Publicado na edição n° 9457, dos dias 2 e 3 de outubro de 2012.