Em janeiro de 1969 os bebedourenses foram informados sobre a inédita realização do “Concurso da Mais Bela Voz de Bebedouro”, promovido por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Turismo e a Rádio Bebedouro dirigidas por Alny Antônio Guimarães e Hely Simões, respectivamente.
Para tanto, a Prefeitura Municipal publicou o Decreto de No. 417, de 28 de janeiro de 1969, que instituiu o Concurso, cujo início ocorreria em março daquele ano, indicando também a premiação aos quatro primeiros colocados com verba municipal específica destinada a este fim.
Abertas as inscrições, houve adesão de 90 candidatos, os quais foram divididos em quatro grupos para a primeira etapa classificatória, todas realizadas nos sábados do mês de março, no auditório do Instituto de Educação Dr. Paraíso Cavalcanti. Para análise dos participantes foi organizada uma comissão julgadora, formada por 18 elementos, entre profissionais da música e representantes de instituições locais.
Após a realização das quatro peneiradas, houve a classificação de 39 candidatos, os quais foram divididos em três grupos para a etapa das semifinais, que seriam realizadas nos sábados do mês de abril, sendo selecionados 15 cantores para a grande final, marcada para acontecer em 3 de maio, como parte da programação do 85º aniversário de fundação de Bebedouro.
Para a finalíssima classificaram-se os seguintes cantores: Célia Gomes da Silva, Celso Ramos, Dirce Sant’Ana, João Alves Cavalheiro, João Benedito Ribeiro, João Henrique Rebelatto, Luís Carísio, Luís Carlos Costa, Luiz Garcia, Maria Adelaide O. Queiróz, Misael E. Silva, Oduvaldo Pereira, Osória José, Plínio Cardoso de Oliveira e Sinval da Silva.
Assim como todas etapas anteriores, a final também aconteceu no auditório do Instituto de Educação, quando os 15 classificados se apresentaram diante de grande público e ao corpo de jurados, assim formado: Marlene Tabachi Medeiros, Bertha E. Graziadei Izidoro, Maria Alba L. Paganelli, Elfrida de Vito, João Cosmo Festoso, José Valério, João Ismael Salvi, João Rasteiro, Geraldo C. Cunha, Luiz Carlos Izique, Carlito Zúgaro, Jairo de Almeida Rodrigues e José Nogueira Vilela.
A apresentação do certame coube ao radialista Hely Simões, secretariado pelo prof. Elcio de Vito. Os candidatos tiveram o acompanhamento dos seguintes músicos: maestro Pedro Pelegrino (flauta e piano); maestro Paulo Rezende (órgão elétrico); Eduardo de Souza e Antônio José Barros (violão); Oscar Silva (pandeiro) e Carvalho (afoxé).
Findas as apresentações, ocorreu a divulgação dos vencedores:
1º lugar – João Alves Cavalheiro, que somou 129,2 com a música Única, recebendo o prêmio de 1 milhão de cruzeiros (ou mil cruzeiros novos), além de uma viagem à cidade de Santos, uma laranjinha de ouro e um troféu;
2º lugar – João Henrique Rebelatto, que interpretou a música “Tudo passará”, somando 127 pontos, fazendo jus ao prêmio de 500 mil cruzeiros (NCr$ 500,00), uma laranjinha de prata e um troféu;
3º lugar – Maria Adelaide O. Queiroz, que recebeu o prêmio de 200 mil cruzeiros (NCr$ 200,00) e um troféu pela interpretação da música “Paz do meu amor”, que somou 124,2 pontos;
4º lugar – João Benedito Ribeiro, popularmente conhecido por Mau-Mau, que alcançou 121,6 pontos cantando a música “Laura”, recebendo como premiação o valor de 100 mil cruzeiros (NCr$ 100,00) e um troféu;
5º lugar – Dirce Sant’Ana, que cantou a música, “O meu Senhor”, somando 113,6 pontos, o que resultou no prêmio de 50 mil cruzeiros (NCr$ 50,00) e um troféu.
A premiação foi feita pelos organizadores e pelo prefeito Hércules Pereira Hortal. Além da divulgação dos vencedores do Concurso, o público foi surpreendido pelo anúncio de um prêmio extra ao candidato João Benedito Ribeiro, o Mau-Mau, a quem foi oferecido um contrato para a gravação de um disco, tendo em vista uma promissora carreira como sambista. Esta premiação foi feita pela Gravadora Fonart, de São Paulo, na pessoa de Jairo de Almeida Rodrigues, um dos integrantes do corpo de jurados.
Em decorrência do sucesso do primeiro concurso, os realizadores organizaram outra edição no final do mesmo ano, com candidatos locais e regionais, sendo denominado “A mais bela voz colegial”, assunto a ser abordado em outro artigo.
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br).
Publicado na edição 10.890, sábado a sexta-feira, 23 a 29 de novembro de 2024 – Ano 100