Falta definir o que é interesse público

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Uma lanchonete ocupa área da Prefeitura sem que alguém saiba se há permissão.

 

Uma das obrigações do prefeito é zelar por todo o patrimônio público e protegê-lo dos interesses privados. Fica difícil acreditar que esta missão esteja sendo cumprida por aqueles que passam pela rotatória das avenidas José Augusto de Carvalho e Higidio Veraldi, no Jardim Centenário, zona leste de Bebedouro.
Há muitos anos, a pedido da direção da Gazeta de Bebedouro, fui investigar a ocupação de praças e terrenos públicos por empresas particulares. No Jardim Centenário, uma lanchonete ocupa a área destinada a ser uma praça do bairro, com cadeiras e mesas.
Na época, fui informado pela Prefeitura que havia autorizado os proprietários da lanchonete a ocupar a praça, na contrapartida deles cuidarem da área ambiental. Não houve qualquer tipo de licitação para que outras empresas do bairro interessadas, concorressem ao beneficio.
Há alguns dias, o proprietário da lanchonete colocou material de construção no local, para, o que parece, cimentar parte da praça. Fica novamente a dúvida: se ele está autorizado e se em outro bairro da cidade, outra empresa foi autorizada a ocupar uma praça pública.
É lógico que vai aparecer o discurso de que a lanchonete ajuda na geração de empregos e renda em Bebedouro. Não há dúvidas sobre isto. Mas é obrigação do prefeito e também dos vereadores lutarem para que todos tenham direitos iguais na permissão do uso do patrimônio público. Aliás, foi esta a desculpa usada para tirar as torres da Rádio Bebedouro de uma área pública.
Não é esta a luta contra uma lanchonete, é a briga para que existam regras justas para todos.

 

(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).

 

Publicado na edição n° 9414, dos dias 19 e 20 de junho de 2012.