Galvão, reative o Conselho da Comunidade Negra

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Casos de discriminação racial no cotidiano de Bebedouro obrigam a renovação deste importante órgão.

Um dos modos para identificar um negro liberto da escravidão era olhar para seus pés. Se estivessem descalços, ele ainda não era livre. Pena que nos dias de hoje, um racista possa ser identificado desta forma.
Recentemente, em Bebedouro, um enfermeiro negro foi discriminado por um paciente, sem educação, durante atendimento noturno em pronto socorro. Tudo porque ele não concordou com os remédios e o tratamento recomendado.
O bom foi que a reação de repulsa ao preconceituoso foi de companheiros de trabalho e outras pessoas que também aguardavam a vez para serem atendidos.
Em 2002, ano de criação do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Bebedouro foi estabelecido como meta, criar ações afirmativas e lutar para acabar com a discriminação nesta cidade.
Passados 12 anos, houve a conquista das cotas em concurso público, porém, não surgiram instrumentos para combate ao racismo. Tudo pela simples razão das formações seguintes do conselho, optar apenas por realizar eventos em datas históricas, como 13 de maio e 20 de novembro.
Deve-se elogiar o esforço do advogado Edson Leme, atual presidente do conselho, mas sozinho, ninguém consegue fazer nada.
Agora que se aproxima maio, é interessante o Governo Fernando Galvão, reativar o conselho e dar sua parcela de contribuição para o combate ao racismo. Mesmo porque, negros e negras são 25% da população, descendentes de pessoas que construiram esta cidade.

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Publicado na edição nº 9682, do dia 23 de abril de 2014.