Homenagem a Eduardo Iha

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Jornalista foi editor da Gazeta e responsável pela formação de muitos profissionais.

Passado meio ano do fim do governo do ex-prefeito João Batista Bianchini (PTB), o Italiano, dá para revelar os bastidores de um dos episódios mais tristes da imprensa de Bebedouro: em junho de 2010, quando dois jornalistas da Gazeta foram barrados em entrevista coletiva na Prefeitura.
Nos registros fotográficos, ficou a imagem do coordenador da Assessoria de Imprensa, Eduardo Iha, como vilão da história, dando ordem para que a Guarda Municipal impedisse a entrada dos repórteres. Semanas depois, em segredo, ele revelou de quem partiu a ordem para impedir que a Gazeta cobrisse a coletiva.
Faço esta revelação somente agora, porque a publicação deste texto, até o ano passado, colocaria em risco o emprego de Eduardo Iha que por décadas foi editor da Gazeta e um dos jornalistas mais respeitados da cidade. Quem ocupou esta função por tanto tempo, tem caráter e reputação ilibada a ser respeitada, porque foi assim que criou suas filhas e por isso tem tantos amigos.
Quando o ex-prefeito contratou Iha, todos imaginaram que fosse para utilizar sua experiência a serviço da melhoria do diálogo com todos os meios de comunicação. Infelizmente, não foi isto que aconteceu e o resultado todos conhecem.
Pessoalmente, devo boa parte da minha formação profissional de jornalista a Eduardo Iha. Como estagiário, sob orientação dele, fui severamente cobrado, em texto e postura, com tanta rigidez que confesso, houve momentos em que pensei não ser capaz. Mas ele justificava que tinha que ser assim, para que eu saísse preparado para trabalhar em qualquer lugar. E assim foi. Por isto, tenho muito a agradecê-lo. É um grande profissional que deveria ministrar aulas nas faculdades de jornalismo da região, porque sua bagagem vale muito mais do que qualquer curso de pós graduação.

Publicado na edição n° 9577, dos dias 30 e 31 de julho de 2013.