A ideia de São Francisco de Assis é mais profunda do que se pensa.
Domingo, 1º de dezembro é dia de montagem dos presépios. Na verdade, nem sei se a data é verdadeira, ou foi inventada pela Sadia, para vender mais perus. Seja lá o que for, o importante é que o ato é muito significativo.
Ao comentar a representação da Santa Família – José, Maria e o Menino Jesus, inevitavelmente, somos estimulados a refletir sobre nossas famílias. Passados 2013 anos, muita coisa mudou: casamentos foram desfeitos, outras uniões surgiram, crianças têm dois lares, ou às vezes, só a presença da mãe e avós.
É tempo também de reencontro de familiares, irmãos, primos, tios e avós. Infelizmente, durante o ano, desentendimentos acontecem. Se nenhum dos dedos da mão são parecidos, o que se dirá das pessoas, mesmo que tenham a mesma mãe e recebido idêntica educação, desenvolvem personalidades e valores diferentes. Alguns tornam-se verdadeiros estranhos.
Por isto, novamente recorro, à imagem do presépio como forma de resgatar o sentimento cristão. O nascimento de uma criança, atraiu monarcas de reinos distantes e pastores, para um simples estábulo.
Poderíamos, ao invés de valorizar os problemas, valorizar o fato de estarmos vivos, com oportunidades de desfazer desentendimentos e mágoas. Ninguém está aqui para pedir a esquecer injustiças sofridas. Impossível. Mas não dá para basear a vida e as relações apenas nos fatos negativos. Natal é época de perdão, para todos e para nós mesmos.
Publicado na edição nº 9627, dos dias 26 e 27 de novembro de 2013.