Para Paulinha

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Palavras que não saem direito da boca, mas conseguem passar pelos dedos.

Quero antes de qualquer coisa, pedir licença aos leitores, acostumados com os assuntos politicos que escrevo, para falar de uma mulher que faz parte de minha vida há um ano e quatro meses. Ela é bela, determinada, guerreira e encantadora. Batizada de Paula Cristina Silva Ramos, ela é mais conhecida por Paulinha.
Ela é uma mãe dedicada, ela luta todos os dias para educar uma menina pré-adolescente. Entenda: educar é ensinar e não simplesmente dizer não. Deixa-me orgulhoso olhar sua correria cotidiana de micro-empresária, que faz lanches, bolos de sorvetes e bolinhos naturais. Também administra a jornada para ter tempo de ir para uma sala, dar aulas de inglês para crianças. Quase nunca a vejo reclamar das dificuldades da vida.
Parte deste jeito de batalhadora herdou da mãe, professora da rede pública e do pai, agrônomo. O casal teve mais duas filhas e dois filhos, que também carregam a carga genética da honestidade e da fibra. E nos tempos em que filhos abandonam os pais por qualquer motivo, ela retribui o esforço paterno para criá-la, com carinho igual para os dois: pai e mãe.
Ela foi aluna de balé do agora saudoso Mauro Penna. Que não ensinava apenas dançar. Com sua postura rígida, ele conseguiu dar a ela e demais alunas, as noções para se conseguir dançar por entre as tristezas, angústias e falta de horizonte.
Nas próximas semanas, Paulinha empenha-se em terminar um sonho: construir uma casa própria para ela e para a filha. Cada tijolo tem e terá o esforço desta mulher que cuida de cada detalhe, imaginando só uma coisa: se a filha vai gostar.
Por quê eu ocupei este espaço para escrever tudo isto? Eu devolvo a pergunta: por quê não dizer? Na minha experiência de duas décadas de jornalismo, aprendi entrevistando velhos casais que é preciso sempre que se pode demonstrar o quanto se ama uma pessoa. É isto o que dá durabilidade a uma relação. Ahh…hoje não é aniversário de namoro e nem outra data comemorativa. É apenas o dia que resolvi escrever o que sinto. Apesar dos políticos pensarem o contrário: jornalistas também amam.
Até a semana que vem quando voltamos a falar de política.

(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).

 

Publicado na edição n° 9427, dos dias 21, 22 e 23 de julho de 2012.