Campeonato Varzeano é uma diversão

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Times compostos por habilidosos jogadores amadores fazem de graça, a alegria de muita gente.

Manhã de domingo (1º), fui cobrir uma das partidas da semifinal do Campeonato Varzeano de Bebedouro. Para variar, era o único jornalista no local, porque muitos órgãos de comunicação acabam não dando importância ao esporte amador. Fato que não acontece só em Bebedouro, mas em outras cidades.
Vou não só por dever de ofício, mas por pura diversão, ao ter a oportunidade de ver cenas hilárias. Como do técnico Nandinho, da equipe Portuguesa, do Jardim Tropical, determinar seus atletas começarem a partida sentados no gramado, inspirado pelos protestos da união de jogadores profissionais, no Bom Senso FC, do Campeonato Brasileiro.
Outra cena engraçada é ver a confusão armada quando o árbitro Marcelo Nunes, o Barranco, ouviu xingamentos de todo tipo, por causa da falta de cartão vermelho, em lance na grande área.
Muito bacana é ver atletas que nunca tiveram chances nos times profissionais, como a Inter de Bebedouro, apresentarem dribles de qualidade. São trabalhadores de segunda a sábado, que aos domingos, vestem chuteira, meião, short e camiseta para defender equipes amadoras.
Tanto em Bebedouro, quanto em Barretos e Ribeirão Preto, os campeonatos varzeanos atraem mais público do que as partidas do Campeonato Paulista. Sem necessidade de policiamento, ambulância, médico e proibição de venda de bebidas alcoólicas. Nem há motivo, porque nas arquibancadas estão famílias dos atletas em clima de vibração, alegria e festa.
Por isto, vou com prazer cobrir a final da competição no próximo domingo, no campo no CSU Arnaldo de Rosis Garrido, entre as duas equipes finalistas, Estrela União e Marajá. O melhor seria se diretores da Inter fossem lá para espiar as jogadas. Irão descobrir atletas que podem ser aproveitados no time profissional no ano que vem. Foi numa peladas destas, em Pau Grande, interior do Rio de Janeiro, que descobriram um certo atleta de pernas tortas que fazia de bobos, seus marcadores. Ele era Garrincha, responsável por ganharmos as Copas de 1958 e 1962. E Bebedouro não exporta só laranja, mas jogadores. Todo mundo sabe disto, menos quem contrata aqui para o time profissional.

Publicado na edição nº 9630, dos dias 3 e 4 de dezembro de 2013.